Em Torres – a mais bela praia do Atlântico Sul – morava um mitomaníaco, contador de histórias pra lá de singular. Não lembro o nome dele, mas o bigode pretíssimo e bem delineado, semblante triste e mais a fama de "mentiroso" são ítens que formam algo difícil de esquecer. A molecada especulava sobre qual técnica seria usada na pintura do bigode: carvão ou graxa de sapato, ou ambos?
Pois bem, a história mais absurda que ele criou foi a do "Melhoral, Melhoral!": Um dia, com o inseparável rádio portátil, foi pescar no "Paredão" – como são chamados pelos nativos os penhascos da Torre do Meio, acampou na beira do precipício e lançou a linha. Em seguida, foi surpreendido por uma fisgada de peixe grande. A puxada foi enérgica, tanto que, no calor da emoção, esbarrou no rádio, que caiu no mar no momento em que tocava a musiquinha "Melhoral, Melhoral..."
No dia seguinte, chateado, voltou ao mesmo lugar. Lançou a linha e de novo foi surpreendido por uma fisgada muito forte. Acreditem, ele recuperou o rádio, e, pasmem!, estava acabando de tocar o final da propaganda do Melhoral: "...é melhor e não faz mal!"
Para quem não conhece o jingle, dos anos 1950, acesse-o aqui, MP3, 4 seg.